Matriz energética do Brasil e do mundo
A matriz energética de um país representa o conjunto de fontes de energia utilizadas para suprir suas necessidades em diversos setores, como transporte, indústria e comércio.
Essa configuração varia conforme a disponibilidade de recursos naturais, o nível de desenvolvimento econômico e as políticas implementadas ao longo do tempo.
Matriz Energética do Brasil
Em 2023, o Brasil se destacou globalmente por ter uma matriz energética limpa, com 49,1% da Oferta Interna de Energia Brasileira (OIE) proveniente de fontes renováveis. Essa realidade é resultado de investimentos contínuos desde a década de 1970, especialmente após a crise do petróleo em 1973, que levou o país a priorizar as hidrelétricas, além de promover o uso de biocombustíveis, como o etanol, e a energia nuclear, com a construção das usinas Angra 1 e Angra 2.
Atualmente, o Brasil vem ampliando seus investimentos em energia solar e eólica, que tiveram crescimento notável em 2024: a energia solar fotovoltaica cresceu 54,8% e a geração eólica, 20,7%. Esses esforços têm sido fundamentais para reduzir a dependência de petróleo e aumentar a diversificação da matriz.
Matriz Energética Mundial
Em contrapartida, globalmente, a matriz energética ainda é fortemente dominada por combustíveis fósseis. Em 2024, apenas 32% da eletricidade mundial veio de fontes renováveis, com o carvão representando 34% da geração. Apesar disso, a transição para fontes renováveis está começando a ganhar força, com 585 gigawatts adicionais de capacidade instalada de energias limpas no mundo, representando mais de 92% da nova capacidade no ano.
Fatores contribuintes para a Matriz Energética Brasileira
A matriz energética limpa do Brasil não é simplesmente fruto de recursos naturais abundantes, como sol, vento, rios e biomassa, mas também de políticas públicas que incentivam as energias renováveis, especialmente nos últimos 15 anos. A resposta à crise do petróleo em 1973 e a criação de iniciativas, como o Proálcool, foram passos significativos nessa direção.
O setor de transporte, no entanto, ainda é uma preocupação, já que continua a depender majoritariamente de combustíveis fósseis, como gasolina e diesel. A crescente adoção de veículos elétricos no Brasil — com 117 mil unidades vendidas em 2024 — demonstra um progresso, embora o mundo em geral esteja avançando ainda mais nesta transição, com 17 milhões de carros elétricos vendidos globalmente no mesmo ano.
A importância dos investimentos em energias renováveis
A transição para uma matriz energética mais limpa é essencial, não apenas para o meio ambiente, mas também para a segurança energética e a redução de custos a longo prazo. No Brasil, espera-se que a participação de fontes renováveis continue a crescer, impulsionada por políticas públicas e investimentos privados.
Globalmente, cada vez mais países estão estabelecendo metas de descarbonização e aumentando os investimentos em alternativas sustentáveis ao carvão, petróleo e gás natural. O setor de energias renováveis vem quebrando recordes, com novas tecnologias que tornam essas fontes cada vez mais acessíveis.
Conclusão
A comparação da matriz energética do Brasil com a de outras nações evidencia não apenas as conquistas brasileiras, mas também os desafios globais relacionados à dependência de combustíveis fósseis. O futuro da matriz energética dependerá da continuidade dos investimentos em inovação e na promoção de políticas que favoreçam a transição para fontes limpas e sustentáveis.